FUJA DA AUTOPERCEPÇÃO MEDIADA PELA VITIMIZAÇÃO
FUJA DA
AUTOPERCEPÇÃO MEDIADA PELA VITIMIZAÇÃO
Pedro Virgínio
P. Neto
O mundo não é um céu azul. A vida
realmente é complicada e todos nós, em algum momento, somos assaltados pela
oposição das pessoas ou das circunstâncias. Isto é um fato. Dito de outro modo:
em um momento ou outro somos vítimas e assim nos sentimos, com justa razão.
Contudo, todos temos a capacidade de agir ou reagir, guiados pela
razão, convictos de uma esperança e fundados em uma decisão de lutar e
resistir. Assim encarando as oposições, seremos vítimas, mas sem vitimismo.
O
"vitimismo" é um sentimento fatídico, segundo o qual
somos apenas vítimas das circunstâncias, das pessoas ou das estruturas
sociais,
sem qualquer poder de decisão, sem qualquer alternativa de ação, a não
ser
esperar que a vida, as pessoas, os governos, ou que quem quer que seja,
se compadeçam de nós e corrijam o que há de insatisfatório em nossas
vidas.
O risco mais iminente de nos deixarmos dominar por um sentimento
"vitimista", é o da distorção de nossa autopercepção. Ou seja, o modo
como enxergamos a nós mesmos, reduzindo a nossa identidade (A concepção do que
somos e de como nos apresentamos ao mundo) a um único aspecto de tudo o que
somos. Esse aspecto reduzido tende a ser exatamente aquele pelo qual nos
sentimos vítimas: Nossa condição social, a cor de nossa pele, as peculiaridades
de nossa sexualidade, a religião que professamos, o lugar no qual residimos.
"A César o que é de César"! Se tão somente
reconhecermos que a condição em que estamos é o resultado da combinação de
fatores alheios ao nosso controle (Estruturas, pessoas, circunstâncias) e das
decisões e escolhas que nós mesmos fazemos, seremos eventualmente vítimas, mas
livres do vitimismo. Estará sempre diante de nós a possibilidade de superar as
condições adversas. Talvez não no justo tempo que desejamos ou com toda a
amplitude e intensidade que aspiramos. Mas a mudança sempre ocorrerá numa
proporção direta |à força de nossa própria decisão.
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