A AFETIVIDADE NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM
A AFETIVIDADE NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM
Pedro
Virgínio P. Neto
Augusto Cury utiliza com freqüência,
em suas elaborações teóricas, o conceito de Registro automático da memória
(RAM). Um fenômeno cuja essência é o registro na memória das experiências
vividas pelo indivíduo, de modo involuntário, com uma intensidade proporcional à
carga emotiva envolvida na dada experiência. Ele afirma:
“Todas as experiências que vivemos no palco de nossas mentes são registradas involuntariamente na memória pelo fenômeno RAM. E, se essas experiências tiverem alta carga de tensão, o registro será privilegiado, ocupando áreas nobres de nossa memória.” (Cury, Augusto)
A relação intrínseca entre
aprendizagem e afetividade é clara. Toda sorte de emoções ou sentimentos
envolvidos em uma dada relação de ensino-aprendizagem influenciará seus
resultados, de modo positivo ou negativo.
Vale ressaltar que afetividade não
se refere, exclusivamente, a bons sentimentos. Certa vez um amigo, professor,
ao questionar-me com intenção provocativa (no sentido positivo), dizia: “Que
devemos mais fazer? Distribuir um carinho para cada aluno?”
A minha resposta foi que, necessariamente, não. Havendo necessidade e sensibilidade da parte do professor, oferecer um ombro amigo, um abraço, palavras de consolo e de incentivo, não seria nenhum pecado e, certamente, contribuiria para despertar no jovem bons sentimentos e um sereno respeito pela figura do professor, arejando a relação humana entre os dois e potencializando a influência educativa do mestre sobre seu discípulo. Uma janela se abriria para além do mundo cognitivo e lógico do pensamento do educando. Seria aberta uma porta para o mundo afetivo e motivacional do mesmo.
A minha resposta foi que, necessariamente, não. Havendo necessidade e sensibilidade da parte do professor, oferecer um ombro amigo, um abraço, palavras de consolo e de incentivo, não seria nenhum pecado e, certamente, contribuiria para despertar no jovem bons sentimentos e um sereno respeito pela figura do professor, arejando a relação humana entre os dois e potencializando a influência educativa do mestre sobre seu discípulo. Uma janela se abriria para além do mundo cognitivo e lógico do pensamento do educando. Seria aberta uma porta para o mundo afetivo e motivacional do mesmo.
Ao
contrário disto, palavras e
gestos que sugerissem menosprezo, indiferença ou humilhação, abririam
janelas
para o mesmo mundo afetivo do jovem, mas por elas seriam despertados
sentimentos negativos. Em vez do sereno respeito brotaria, no solo da
relação professor-aluno, a raiva (contida ou manifesta), a rebeldia, o
medo e tantas outras formas de
resistência.
Estas hipóteses podem ser testadas todos os dias nas salas de aula e constatada a sua veracidade.
Estas hipóteses podem ser testadas todos os dias nas salas de aula e constatada a sua veracidade.
Devem os educadores atentar para
estas considerações, sobretudo quando os educandos são crianças ou jovens
recém-chegados à adolescência. Nestas fases, suas personalidades estão em
processo de construção ou de consolidação. É fácil, com uma atitude impensada,
injusta, ou agressiva, matar sonhos e vontades, criando barreiras internas nos
jovens em face do professor, do processo de ensino-aprendizagem e da própria
instituição escolar. Barreiras que se erguem e impedem que seja realizado todo o
potencial de professores e estudantes.
Evidentemente, o papeis da escola e
do professor, não se resumem e nem devem ser exclusivamente focados em oferecer acolhimento
emocional. Não convém perder de vista o tripé constitucional que estabelece os
objetivos centrais da educação escolar: Formar para a cidadania, para o
trabalho e para a continuação dos estudos.
Contudo, na dimensão afetiva reside a maior parte da motivação dos indivíduos. Não seria possível realizar qualquer trabalho educativo sem levar em conta esta faceta das relações humanas dentro do ambiente escolar.
Contudo, na dimensão afetiva reside a maior parte da motivação dos indivíduos. Não seria possível realizar qualquer trabalho educativo sem levar em conta esta faceta das relações humanas dentro do ambiente escolar.
Pedro Virgínio Pereira Neto
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